terça-feira, 4 de agosto de 2009

O pós 25 de Abril de 1974

Hoje enquanto lia a primeira parte do livro de José Pacheco Pereira, fiquei a conhecer uma parte da Historia do País que desconhecia por completo.
Este episódio que vem retratado no livro localiza-se no pós 25 de Abril , mais propriamente em 1975, pois bem, no decorrer de 75 onde o partido comunista tinha grande poder perante o povo e todo o estado, onde se pode ver com a invasão das propriedades do Alentejo e o saque das máquinas agrícolas e de animais ( não sei, mas este roubo das alfaias, não seria certamente para fazer um campo de cultivo na sede do partido comunista ou uma horta no gabinete de Cunhal), voltando à historia que se passou que também foi um saque mas desta vez às instalações da PIDE e o enviou de cerca de 500 quilos* de documentos e de micro filmagens para uso da secreta Moscovita (KGB) em Moscovo onde mais tarde são armazenadas no arquivo do KGB.
Mas hoje em dia a utilização do arquivo da PIDE por um historiador é completamente normal e beneficio para o País, porque é um arquivo morto, mas à 34 anos era um arquivo para muito para dar especialmente dos de
documentos que continha fornecidos pelas agências ocidentais como FBI, CIA, MI5, MI6,...Mas especialmente pelas agências da Rodésia, África do Sul etc, que estas tinham algumas relações com as colónias portuguesas.
E mesmo no fim da ditadura portuguesa, morriam pessoas em África vitimas agora do KGB.
Mas isto nunca foi falado nos meios de comunicação social e depois vimos o PCP ofendido quando são intitulados pro palavras menos nobres.....

*474Kg de papeis, micro filmagens e papeis pertencentes a Portugal

2 comentários:

  1. Foi mesmo o Pacheco Pereira que escreveu a biografia não autorizada de Álvaro Cunhal...em vários volumes. Encontras informação na net sobre isso, se estiveres interessado.
    Não conheço o livro a que te referes. Creio que é muito positivo que comecem a aparecer relatos dos nosso períodos recentemente vividos, mas, por enquanto, é ainda cedo para lhes podermos dar o crédito que damos à História.
    Sabes que não acredito na imparcialidade da História, mas é uma área do conhecimento que - também por trabalhar com o tempo - precisa da distanciação temporal para poder produzir conhecimento científico. Devido ao meu trabalho tenho tido de explorar algumas distinções entre Memória e História. A História é também uma memória, mas é um conhecimento próprio que parte da memória, mas não se esgota nela. A Memória é o vivido e, como tal, tem sempre um cunho muito pessoal, uma implicação de quem conta,e isso afasta-a do verdadeiro conhecimento histórico.
    De qualquer maneira, para conhecer esse período tão recente e tão conturbado, convirá ler versões diferentes da mesma história. Para depois, a tua geração que não viveu esses períodos, poder começar a escrever a História, pois já dispõe da distanciação temporal que, embora não elimine inteiramente a afectividade e implicação, permite a adopção de uma «visão histórica».
    Fico a aguardar a tua leitura de uma outra versão dos mesmos acontecimentos.

    ResponderEliminar
  2. Em relação à afirmação que Pacheco Pereira faz no livro, não tenho qualquer outra fonte que, o desminta ou que, concorde com ele.
    mas, em relação ao saquerealizado pelo PCP num pós 25 de Abril isso,qualquer pessoa deste País o pode testemunhar, até mesmo a mais alta figura do Estado, que durante a sua passagem, pelo governo ressarciu os paupérrimos agricultores.
    Pelo menos este ultimo é um facto e quanto factos não há argumentos. Porque factos não são visões politícas sobre a história.

    ResponderEliminar